quinta-feira, junho 23, 2005

Passados por Pontes

Nunca foi costume em mim ficar assim, nem é hábito esta indecisão. Mas hoje concentro-me em duas coisas que me vão na mente...

Pontes




As pontes separam-nos. Mas eu sei que tu estás aqui...


Já repararam como as pontes ligam as pessoas?, ou como o abismo entre as duas margens nos separam? Pode ser um abismo o que me separa de ti, mas temos a nossa ponte, e sempre que as saudades são demais: vamos no vento, atravessamos os dois a ponte, eu fico do teu lado da margem e tu abraças a minha costa. É tão curta a distância! Mas não consigo dormir, e desculpo o facto de ter chegado atrasado na manhã seguinte com as minhas insónias, sabendo que és tu que me vais ficando na madrugada...

E esta é só mais uma, meu amor. Porque parece que a brisa teima em manter-nos afastados. Mas hoje!, hoje transformo-me num pássaro e voo até ti. Sabendo que quando aí chegar serei flamejante, terei renascido.

As pontes ligam-me a muitas pessoas, mesmo que a sua morada seja ao lado da minha. Porque são as pontes que criamos com elas que nos fazem permanecer vivos a cada dia. É preciso criar mais pontes! Todos os dias, a todas as horas...

Não consigo dormir sem estares a meu lado. Ainda não adormeci... sinto a tua falta aqui ao meu lado. Queria acordar com o teu sorriso, sentir o teu corpo a tocar no meu. Beijos na tua face meu amor, são teus beijos que me faltam...


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Passado




O passado passou
E o passar da ponte ficou
e fica passado quando a passamos
neste que nem nos passa por onde andou
nem por
onde vai passando...

Hugo Lourenço


O passado bateu à minha porta. Nem sei ao certo porquê. Sinto que tenho sido constantemente visitado. E não falo de um passado recente. Falo de um passado longínquo que já nem me lembrava existir. Não se trata nem de mágoas do passado, nem de nostalgia. Simplesmente no caminhar pelas ruas por onde vagueio o passado tem-se cruzado constantemente.

Ora vejo algo que me trás uma recordação mais antiga, ora vejo alguém que me trás ar fresco, mas ar fresco do passado! Como é possível? Como pode o tempo passar tão depressa e o que foi vivido vir com a mesma vitalidade? Com a mesma empolgância? Nem sei ao certo como é possível, mas soube bem...

Continuarei a ser visitado ou por soltar palavras ao mundo o passado tornará a fugir? Não sei! E mais uma vez não sei o que veio cá fazer! O que me quer dizer, do que me vem falar? Do que me vem relembrar? Que lição me ficou por aprender, que nas malhas do tempo assim veio aos bocados? E o mais estranho é sentir que o passado nos faz dizer: "You have no right to ask me how i feel.You have no right to speak to me so kind.(...) Now that we're living separated lives."


3 comentários:

SlashRose disse...

Do passado pouco quero senao me afastar,quebras as vigas de materia maciça que unem as margens, para não doer, para não magoar...
Excelente o post, excelente as pontes que unem as margens tanto as fisicas como as outras, mesmo excelente

Musicologo disse...

Se um dia a ponte ruir, haverá sempre um barco... as margens só separam o que quisermos, e os nossos medos são os único inimigos. Com vontade e temperança tudo isso pode ser vencido e podeis estar sempre juntos, juntos no presente, no aqui e no agora ***

Anónimo disse...

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